A Vinheta 2 utiliza a mesma abordagem econométrica para explorar os determinantes do julgamento moral dos altos agentes públicos. Mais precisamente, a Estratégia de Identificação é:
A variável mede o julgamento moral atribuído a cada cenário numa escala de 0 a 10, sendo 0 um comportamento totalmente aceito e 10 um comportamento totalmente não aceito, para um determinado sujeito e cenário j. é uma variável binária (dummy) que assume valor 1 quando o sexo do funcionário é feminino e 0 caso contrário. também é uma variável binária (dummy) que significa abertura ao diálogo quando altos agentes abordam uma situação antiética dentro de suas equipes. O valor da variável é igual a 1 caso haja janela aberta para diálogo, e 0 caso contrário. A variável é igual a 1 quando o cenário inclui um bom desempenho profissional do colaborador com mau comportamento e 0 caso contrário. Para testar a robustez dos resultados, um conjunto de variáveis de controle para as especificações (1) e (2) inclui gênero, idade, anos no cargo, situação profissional, tamanho da equipe sob a supervisão do alto agente público e estado de residência.
Os resultados são apresentados na Tabela A A.2. Em média, a vinheta 2 apresenta uma pontuação de 3.6 sobre 10, o que mostra que, em geral, os entrevistados tendem a apoiar o comportamento dos seus pares ao abordar uma situação antiética nos cenários. De acordo com as estimativas, o gênero do alto agente público que lidera a equipe no cenário não influencia este julgamento: o coeficiente de gênero θ1 não é estatisticamente significativo. Os resultados sugerem ainda que a abertura ao diálogo do líder no cenário é muito bem percebida pelos pares. Na verdade, um cenário em que o líder abre espaço para discutir má conduta está significativamente associado a um julgamento mais positivo do comportamento do colega (ao nível de confiança de 1%). A magnitude do coeficiente θ2 corresponde a uma diminuição de 64% do seu valor médio. Ou seja, quando os líderes abrem espaço para o diálogo, serão julgados favoravelmente pelos seus pares com uma pontuação que diminui 64%, em média. Esta constatação sugere que a abertura ao diálogo dentro das equipes é considerada um bom comportamento. Por fim, um bom desempenho apresentado pelo colaborador pode funcionar como um mecanismo que justifica o mau comportamento (forma de racionalização). O coeficiente θ3 é pequeno, negativo e estatisticamente significativo ao nível de 1%.