Novos serviços e aplicações digitais de saúde são possíveis graças a um uso mais amplo de dados e informações de saúde que são mais fáceis de entender e válidos para uma gama de usos e usuários. Estes serviços de saúde digitais, que vão da telesaúde à inteligência artificial, podem levar a um melhor acesso à saúde e aumentar a satisfação do paciente, especialmente entre aqueles pacientes que enfrentam as maiores barreiras aos serviços tradicionais de atendimento presencial, como os que vivem em áreas remotas (OECD, 2021[1]).
Esta transformação digital poderia ser útil para melhorar o acesso à saúde e a qualidade na América Latina e no Caribe. Os países da ALC também poderiam facilitar a criação e integração de organismos regionais de saúde através da digitalização da saúde, graças à comunicação em tempo real e à disseminação de recursos que foram destacados pela crise da COVID-19 (Di Paolantonio, 2020[2]). Os países ALC3 tinham em média 65% da atenção primária utilizando prontuário eletrônico, em comparação com 93% nos países da OCDE24. Somente a Costa Rica, relatando que todas as instituições públicas de atenção primária estão usando prontuário eletrônico teve uma taxa de cobertura maior do que a média da OCDE. O México teve a menor cobertura entre os países da ALC3 com menos de um terço das práticas utilizando o sistema (Figura 5.1).
Dois aspectos principais dos sistemas de saúde centrados nas pessoas são a consulta aos indivíduos sobre sua saúde, bem como dar-lhes acesso aos seus dados e informações de saúde. Em parte devido à crise da COVID‑19, pacientes e provedores estão cada vez mais interessados em usar ferramentas digitais para melhorar a saúde individual e facilitar o envolvimento do paciente com os sistemas de saúde. Em cinco países da ALC, 41,6% dos indivíduos de 16-74 anos de idade usaram a Internet para buscar informações de saúde nos três meses anteriores à pesquisa, em comparação com 58,6% em média nos países da OCDE38 (Figura 5.2). No entanto, existem diferenças demográficas e sócio-econômicas na busca de informações de saúde on-line (Oliveira Hashiguchi, 2020[3]). Os adultos mais velhos, indivíduos com níveis de escolaridade mais baixos, bem como os de lares com renda mais baixa, tinham menos probabilidade de procurar informações sobre saúde on-line. Tanto a saúde quanto a alfabetização digital são fundamentais para garantir que a transformação digital não deixe ninguém para trás.