O ritmo acelerado da transição demográfica na América Latina e do Caribe, em direção a uma parcela maior de suas populações vivendo 65 anos ou mais, gerará consequências de longo prazo para os sistemas de saúde. Um estudo de seis países da América Latina e do Caribe mostrou que a porcentagem de adultos com 65 anos ou mais que necessitavam de assistência para realizar atividades básicas ou intermediárias da vida diária variava de 18,1% na Argentina a mais de 37% no Brasil, (Matus-Lopez and Chaverri-Carvajal, 2021[1]).
Os países da ALC com dados disponíveis gastaram, em média, cerca de um décimo da parcela dos orçamentos de saúde dedicada a LTC nos países da OCDE, que ficou em torno de 14% em 2019 (consulte Figura 9.5). Entre os países da ALC, São Cristóvão e Névis, Costa Rica, Trinidad e Tobago, República Dominicana, Guiana e Paraguai gastaram menos de 1% de seus orçamentos em LTC. A maior parcela de gastos com LTC vem de Barbados, um país bem avançado na transição demográfica em comparação com o restante dos países da ALC, com 15,7% de sua população com mais de 65 anos de idade em 2021, em comparação com a média de 8,8% da ALC.
A maioria das mortes na região ocorre no ambiente hospitalar, com uma média de 58,7% nos países com dados disponíveis, variando de 45,8% no Chile e na Costa Rica a 69,5% no Brasil (veja Figura 9.6). Embora o local de morte seja reconhecido como um medidor relevante da qualidade da assistência e a casa do paciente seja geralmente o local de morte preferido, outros fatores, como a disponibilidade e o acesso a profissionais qualificados para o cuidado no fim da vida, além das preferências culturais de cada país são variáveis a serem levadas em consideração.
O tratamento da demência é outro aspecto importante dos cuidados com os idosos que influenciará as áreas de trabalho prioritárias para a saúde nas próximas décadas na América Latina e do Caribe. As estimativas das taxas de prevalência desse grupo de doenças não tendem a variar consideravelmente entre países. Ainda assim, estimativas recentes indicam que os países da América Latina e do Caribe têm taxas semelhantes ou até mais altas do que a média da OCDE. A taxa média de mortalidade por Alzheimer e outras demências na América Latina e no Caribe foi ligeiramente menor quando comparada à média da OCDE, com 22,3 mortes por 100.000 habitantes em 2019. As taxas nacionais mais altas foram em Honduras e no Brasil, com 27,4 e 25,6, respectivamente (veja Figura 9.7).