Embora os países da AL9 tenham estabelecido uma prática consolidada de PPCs em questões relacionadas à política de PMEs, os canais, as modalidades e o grau de abertura dos PPCs variam consideravelmente na região. As pontuações dessa subdimensão variam de um mínimo de 2,77 a um máximo de 4,60, sendo que a pontuação média regional é de 3,89.
Como prática padrão, as organizações que representam o setor privado, incluindo as PMEs, são consultadas durante a elaboração de novas medidas políticas, especialmente nos principais atos legislativos. Com menos frequência, as organizações do setor privado são envolvidas em outras fases da política, como implementação, monitoramento e avaliação. Vários países da região formalizaram os canais de PPCs estabelecendo Comitês Consultivos de PMEs, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai. É importante destacar que México, Brasil e Chile, principalmente, desenvolveram boas práticas nessa área.
O México obteve a pontuação mais alta nessa subdimensão devido à diversificação e à transparência de suas práticas de consulta. A Lei de Melhoria Regulatória exige consultas públicas antes da emissão de qualquer regulamentação que afete as atividades econômicas ou sociais. Os cidadãos podem fazer comentários e observações na plataforma digital "Participa con tu gobierno en línea". O Conselho Nacional para a Competitividade das PMEs funciona como um importante canal de consulta em nível setorial, aberto a todas as principais associações empresariais, câmaras de comércio e associações setoriais. A Comissão Federal de Concorrência Econômica (COFECE) garante a transparência nos procedimentos de convocação e nos relatórios sobre as conclusões das consultas. Outro canal vital é a Comissão Nacional de Melhoria Regulatória (CONAMER).
No Brasil, a Lei 13.655 de 2018 estabelece que a aprovação de atos normativos pode ser precedida de consultas públicas, com todos os órgãos governamentais tendo aberto canais de consulta. Os representantes do setor privado são consultados durante todo o ciclo de políticas - concepção, implementação e coordenação de políticas. As principais associações do setor privado e das PMEs são membros do Fórum Permanente das Micro e Pequenas Empresas, participam do Simples Nacional contribuindo para a elaboração do regime tributário para as PMEs e têm representação no Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE.
O Chile utiliza o Comitê Consultivo Nacional para Empresas de Pequeno Porte (Consejo Consultivo de Empresas de Menor Tamaño) como o principal canal de consulta para questões de política de PMEs. Presidido pelo Ministro da Economia, Desenvolvimento e Turismo, o conselho se reúne regularmente e os representantes do setor privado podem propor atos legais e medidas políticas para debate.
A Argentina não estabelece canais formais de PPCs. Na Argentina, as consultas são convocadas pelo ministério relevante durante as fases finais da elaboração do ato legislativo, envolvendo principalmente câmaras de comércio e organizações setoriais. Essas consultas são relativamente frequentes, mas não regulares, e geralmente são conduzidas pelas organizações mais poderosas do setor privado.
Em toda a região, um desafio significativo está na representatividade das organizações do setor privado, especialmente as Câmaras de Comércio e Indústria e as organizações setoriais. Essas entidades estão ativamente envolvidas em PPCs, geralmente representando empresas maiores e bem estabelecidas. As federações de PMEs geralmente têm influência limitada, e as vozes das empresas iniciantes e de pequeno porte raramente são ouvidas. As empresas informais geralmente são excluídas do processo de consulta, o que as distancia ainda mais do âmbito das políticas públicas. Os esforços do governo são essenciais para estabelecer novos canais e promover consultas que incluam todos os segmentos da população de PMEs.