Este capítulo apresenta uma avaliação do México. Inicia com uma visão geral do contexto mexicano e, em seguida, analisa o progresso do México em oito dimensões mensuráveis. O capítulo conclui com recomendações de políticas específicas.
Índice de políticas para PMEs: América Latina e o Caribe 2024
18. México
Resumo
Visão geral
O México continua a se destacar como um dos melhores desempenhos na avaliação do Índice de Políticas das PME, superando a média da AL9 em sete das oito dimensões. No entanto, ocorreram mudanças significativas desde o Índice de Políticas para PMEs de 2019 devido a uma mudança na direção das políticas no governo 2018-2024. O mandato da política de PMEs ainda está sob a responsabilidade da Secretaria de Economia (SE), mas a agência de PMEs estabelecida anteriormente, o Instituto Nacional do Empreendedor (INADEM), criado em 2013, foi dissolvido. Em seu lugar, a Unidade de Desenvolvimento Produtivo (Unidad de Desarrollo Productivo) foi criada em outubro de 2019 e agora assume seu papel com um mandato diferente.
Em geral, a nova administração, que iniciará seu mandato em dezembro de 2024, logo após o lançamento desta avaliação, pode contar com uma estrutura institucional robusta. Essa é uma oportunidade importante para analisar o impacto das mudanças na política de PMEs introduzidas desde 2019 em termos de eficácia da política e da capacidade de atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Desenvolvimento (2019-2024) e no Programa Setorial de Economia (PROSECO). Ao fazer isso, o governo pode continuar fortalecendo a estratégia do país com base nisso, aproveitando as experiências e as boas práticas dos outros países da AL9.
Contexto
A economia mexicana apresentou uma taxa de crescimento anual média do PIB real de 2% nos últimos 30 anos. É a segunda maior economia da América Latina e está entre as 15 maiores do mundo (World Bank, 2022[1]). Apesar de um crescimento de 5,8% em 2021, após uma contração de 8,7% em 2020, a economia desacelerou para 3,9% em 2022, c com o consumo de serviços e o investimento perdendo força, apesar do crescimento do consumo de bens não perecíveis (OECD, 2024[2]). O consumo resiliente, impulsionado por ganhos reais de salário, emprego e taxas mais baixas de poupança das famílias, apoiou um crescimento de 3,2% em 2023, auxiliado pelo desempenho positivo do investimento, principalmente no investimento público e em máquinas e equipamentos importados. A projeção é de que a economia se expanda 2,2% em 2024 e 2,0% em 2025 (OECD, 2024[3]).
A inflação básica diminuiu, e o núcleo da inflação, embora exibindo mais persistência, também diminuiu gradualmente, embora a inflação de serviços continue alta. A forte valorização do peso desempenhou um papel na contenção da inflação (OECD, 2024[4]).
De acordo com a Pesquisa Nacional de Emprego (ENEO), a taxa de desemprego diminuiu para 3,3% em 2022, após atingir 4,1% em 2021. Em 2023, o desemprego caiu ligeiramente para 2,8% (OECD, 2023[5]), enquanto a informalidade aumentou para 54,7% da população empregada, um aumento de 0,2% em relação a 2022 (INEGI, 2023[6]). As PMEs, que constituem 52% do PIB, foram afetadas, com 400.000 PMEs fechando permanentemente após a pandemia (INEGI, 2021[7]). O apoio do governo foi limitado, com apenas 7% das PMEs acessando o apoio do governo, em contraste com a média dos países da OCDE de 33,6% (OECD, 2021[8]).
As PMEs desempenham um papel fundamental na economia mexicana, representando 99,7% das empresas e 35,6% da produção nacional total (INEGI, 2019[9]). No entanto, os desafios de produtividade persistem, com o setor responsável por 71% dos empregos e 37% do valor agregado, ficando atrás da média da OCDE (OECD, 2021[8]). Menos de 10% das PMEs exportam, e apenas 2% investem em inovação (OECD, 2022[10]).
Dimensão 1. Estrutura institucional
O México estabeleceu uma estrutura institucional bem estruturada para a política de PMEs, obtendo uma pontuação de dimensão de 4,19. Entretanto, as mudanças implementadas após 2019 restringiram a capacidade do país de adotar políticas de PMEs, levando a uma redução relativa dos recursos disponíveis para o apoio às PMEs. Os altos níveis de informalidade na mão de obra e nas empresas continuam sendo desafios significativos para a consecução de uma política de PMEs inclusiva e equilibrada.
A definição de PME no México, com pontuação 4,33, está delineada na Lei para o Desenvolvimento da Competitividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas, aprovada em 2009, e no Regulamento Operacional do Fundo Nacional de Empreendedorismo, introduzido em 2013. Essa definição se baseia em dois parâmetros, emprego e faturamento anual, diferenciados pelo tipo de atividade (comércio, serviços e indústria). Ela é adotada de forma consistente em toda a administração pública.
Mudanças significativas ocorreram desde o Índice de Políticas para PMEs de 2019 devido a uma mudança na direção da política pela administração 2018-2024. O mandato da política de PMEs ainda está sob a responsabilidade da Secretaria de Economia (SE), mas a antiga agência de PMEs, INADEM, criada em 2013, foi dissolvida. A Unidade de Desenvolvimento Produtivo, criada em outubro de 2019, agora assume seu papel com um mandato diferente.
As diretrizes estratégicas para PMEs estão incluídas no Plano Nacional de Desenvolvimento 2019-2024 e no PROSECO coordenado pela Secretaria de Economia (2020-2024). Esses planos refletem uma mudança da promoção do empreendedorismo e das microempresas para o apoio a empresas inovadoras, de alto impacto e crescimento. Paralelamente, sob a égide dessa política, a SE, facilitada pela Direção Geral de Desenvolvimento Produtivo (DGDP), funciona como uma entidade coordenadora com entidades públicas e privadas para iniciar ações destinadas a beneficiar as PMEs. Essas ações estão estruturadas em quatro eixos principais: inclusão institucional, digital, financeira e comercial.
A Unidade de Desenvolvimento Produtivo é a responsável pela implementação da política, e os recursos são canalizados por meio do Fundo de Empreendedorismo administrado pela SE. Embora os esforços de descentralização envolvam a administração local, câmaras de comércio, organizações setoriais e ONGs, a mudança de serviços presenciais para plataformas on-line, como a Plataforma MIPYMES MX, que oferece gratuitamente cursos de treinamento, informações em vídeo e serviços de consultoria on-line, levou a uma redução nos gastos alocados para o desenvolvimento de PMEs. O México tem uma pontuação de 4,09 na dimensão de planejamento estratégico, elaboração de políticas e coordenação, refletindo as mudanças em andamento no cenário de políticas.
Além disso, o México tem um sistema bem avançado de Consultas Público-Privadas (PPC), conforme refletido em seu 4,60, a mais alta da região, operando em vários níveis. São realizadas consultas públicas antes da emissão de regulamentos que afetam a atividade econômica ou social. O Conselho Nacional para a Competitividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CNCMIPYME) e a Comissão Nacional de Melhoria Regulatória (CONAMER) atuam como os principais canais para PPCs, garantindo a participação de diversas partes interessadas. As convocações geralmente são publicadas em portais, como o da Comissão Federal de Concorrência Econômica (COFECE), que também informa os resultados das consultas.
Em outra observação, na subdimensão Medidas para lidar com a economia informal, o México obteve uma pontuação de 3,86. O país enfrenta um grande setor informal, estimado em 55% da força de trabalho, e os esforços para combater a informalidade trabalhista e empresarial incluem programas como o Crezcamos Juntos e as Jornadas De la mano con tu negocio, incentivos fiscais como o Regime de Incorporação Fiscal (RIF) e o Regime Simplificado de Confiança (RESICO). Entretanto, atualmente não há uma estratégia ou coordenação geral para lidar com a informalidade.
O caminho a seguir
Realizar uma análise do impacto das mudanças na estrutura institucional da política de PMEs introduzidas desde 2019 em termos de eficácia da política e da capacidade de atingir as metas estabelecidas no Plano Nacional de Desenvolvimento (2019-2024) e no PROSECO.
Garantir que a contribuição do setor de PMEs para atingir os objetivos de desenvolvimento nacional seja adequadamente considerada e envolver os representantes das PMEs no processo de consulta para a elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Nacional, atribuindo uma função consultiva específica ao CNCMIPYME.
Realizar uma avaliação das medidas introduzidas até o momento para reduzir a informalidade trabalhista e empresarial. Considerar a elaboração de uma estratégia abrangente para a redução da informalidade dentro da estrutura do novo Plano Nacional de Desenvolvimento.
Dimensão 2. Ambiente operacional e simplificação de procedimentos
O México tem uma prática de longa data de realizar revisões legislativas e reformas regulatórias, estabelecendo o CONAMER em 2018 para coordenar e monitorar os esforços de reforma regulatória. Embora o progresso tenha sido desigual, o México continua sendo um dos países mais bem classificados na dimensão geral, com uma pontuação de 3,83, destacando-se em Simplificação legislativa e análise de impacto regulatório (3,90), Governo eletrônico (4,77), Registro de empresas (3,90) e Facilidade de declaração de impostos (2,90).
O México iniciou seu processo de reforma regulatória no final da década de 90, intensificando-se após a adesão à OCDE. A CONAMER, inicialmente a Comissão Nacional de Melhoria Regulatória, desempenhou um papel crucial após a Lei Geral sobre Melhoria Regulatória em 2000. Um novo plano de reforma regulatória, Estratégia Nacional de Melhoria Regulatória (ENMR), foi lançado em 2019, fazendo referência à Lei Geral de Melhoria Regulatória (LGMR). A Análise de Impacto Regulatório (AIR) tem sido aplicada sistematicamente, embora um teste de AIR para PMEs ainda não tenha sido implementado, monitorado pela CONAMER. O processo de iniciar um negócio é relativamente complexo e caro.
O México estabeleceu um balcão único de pagamento (OSS), facilitando o registro simultâneo no registro de empresas e na administração tributária. Apesar da geração de vários números a partir dos procedimentos de registro de empresas, como Registro Federal de Contribuintes (Registro Federal de Contribuyentes, RFC), Registro Público de Comercio (Registro Público de Comércio, RPC) e o Número de Registro do Empregador (Número de Registro Patronal), o número de registro fiscal é utilizado para a identificação da empresa em todas as entidades da administração pública. O RPC é gerenciado pela SE, especificamente pela Diretoria Geral de Regulamentos Comerciais, com melhorias recentes nas funções do registro. O registro on-line está disponível por meio da plataforma TuEmpresa.
Entretanto, o regime tributário para PMEs no México é relativamente complexo, envolvendo vários impostos e procedimentos demorados de declaração e pagamento. Os desafios significativos incluem o tempo necessário para os procedimentos de declaração e pagamento de impostos, que chega a 241 horas por ano, excedendo a média da OCDE de 158,8 horas. Além disso, a alíquota do imposto corporativo, outros impostos e contribuições sociais sobre o total de lucros são altos no México, chegando a 51,1%, em comparação com a média da OCDE de 39,9%.
Para enfrentar esses desafios, o Serviço de Administração Tributária (Servicio de Administración Tributaria, SAT) introduziu o RESICO para simplificar os procedimentos de declaração de impostos para empreendedores individuais e empresas de pequeno porte. O regime simplificado se aplica a empreendedores individuais (personas físicas) com faturamento anual inferior a 3,5 milhões de pesos mexicanos, com variações, dependendo da atividade econômica, de até 35 milhões de pesos. As entidades sob esse regime estão sujeitas a um imposto que varia de 1% a 2,5% do faturamento anual total, sem permitir deduções de despesas. Estima-se que esse regime reduza significativamente a carga tributária sobre empreendedores individuais e empresas de pequeno porte, contribuindo potencialmente para a redução da informalidade.
Com relação à digitalização, o México lançou sua primeira estratégia federal de digitalização em 2013, com foco no fornecimento de serviços digitais e participativos para os cidadãos. Houve um progresso significativo no desenvolvimento de serviços de governo eletrônico, e uma nova Estrategia Digital Nacional de México para 2021-2024 visa expandir ainda mais as ferramentas de governo digital, melhorar a segurança digital, reduzir a exclusão digital e obter conectividade para pequenas comunidades localizadas em áreas remotas. A plataforma MIPYMES MX, gerenciada pela SE, foi projetada para apoiar a transformação digital das PMEs e melhorar seu acesso aos serviços de governo eletrônico.
O caminho a seguir
Prosseguir com a implementação da ENMR, com foco específico em áreas que foram relativamente negligenciadas nas fases anteriores da reforma regulatória.
Considerar a aplicação de um teste de PME para complementar os aplicativos AIR e avaliar o impacto de novas leis e regulamentações em diferentes tipos de PMEs.
Os procedimentos de registro de empresas podem ser ainda mais simplificados. Promover o registro on-line por meio da plataforma TuEmpresa, principalmente entre as microempresas informais.
Dimensão 3. Acesso a financiamento
O México obteve uma pontuação de 3,28 na dimensão de acesso a financiamento, um pouco acima da média regional, e 2,95 na subdimensão Estrutura legal, regulatória e institucional. Destaca-se o desenvolvimento regulatório e institucional no registro de ativos tangíveis e intangíveis, com um cadastro on-line acessível e um registro público de direitos de segurança sobre ativos móveis. No entanto, os bens móveis só são aceitos como garantias por alguns bancos ou grandes tomadores de empréstimos. Em termos de acesso a financiamento, o país tem disposições governamentais sobre o mercado de ações, regulamentação específica para o mercado de capitais de PMEs e uma estratégia que permite que as empresas adotem uma forma corporativa menos exigente. Apesar disso, não há um mercado separado para PMEs de pequena capitalização, e a alta porcentagem de garantias exigidas para empréstimos de médio prazo é a mais alta entre os países avaliados.
O México obteve uma excelente pontuação de 4,51 na subdimensão de Fontes diversificadas de financiamento empresarial. Primeiro, o Banco Nacional de Comércio Exterior oferece vários esquemas de crédito, garantias e assistência técnica para PMEs envolvidas em atividades de geração de divisas. Além disso, entidades governamentais, como o Fundo Nacional de Garantias (FONAGA), Fideicomissos Instituídos em Relação à Agricultura (FIRA) e Financiamento Nacional, (NAFIN) oferecem serviços de cobertura de garantias para facilitar o acesso ao crédito para empresas com garantias limitadas. Em segundo lugar, as instituições de microfinanças, regulamentadas pela Comissão Nacional Bancária e de Valores Mobiliários (CNBV) e pela Comissão Nacional para a Proteção e Defesa dos Usuários de Serviços Financeiros (Condusef), estão presentes em todos os mercados regionais do México. Por fim, o México se destaca em fontes alternativas de financiamento, com um mercado robusto de ferramentas de empréstimos baseados em ativos (ABL), reconhecidas e regulamentadas pela CNBV e pela Condusef. A Lei de Regulamentação de Instituições de Tecnologia Financeira, em vigor desde 2018, promoveu um ambiente propício para a entrada de novos fornecedores de produtos financeiros digitais, especificamente agregadores de pagamento e instituições de crowdfunding, com 7622 plataformas autorizadas pela CNBV, das quais 5219 estão atualmente em operação.
O México concentrou sua Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) nas PMEs, obtendo uma pontuação de 3,15 na subdimensão de Educação Financeira nessa área. A Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários (CNBV) realiza a Pesquisa Nacional sobre Inclusão Financeira em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), incluindo perguntas sobre educação financeira. Essa pesquisa identifica práticas de planejamento financeiro empresarial, como previsão de vendas, definição de metas de longo prazo e gerenciamento de dívidas. Esses resultados fazem parte do sistema de monitoramento da Política Nacional de Inclusão Financeira (PNIF). O México também participou de uma avaliação das capacidades financeiras das PMEs desenvolvida pela OCDE em 2021.
O ENEF do México se concentra no fortalecimento das capacidades financeiras dos empresários e empreendedores, especialmente das PMEs. Os esforços são direcionados para a promoção de mecanismos que permitam uma melhor gestão de negócios, o uso de produtos financeiros para aumentar a produtividade e a inclusão no sistema de pagamento digital. Além disso, programas de orientação específicos são projetados para as PMEs, fornecendo informações sobre os riscos e as oportunidades de produtos financeiros alternativos. A implementação dessas políticas exige uma estratégia consensual e articulada entre instituições públicas e privadas. De acordo com as respostas obtidas para esta avaliação, a SE está atualmente desenvolvendo diretrizes para formar um grupo de trabalho para promover a inclusão financeira das PMEs, que incluirá reguladores financeiros e representantes de instituições financeiras públicas e privadas.
Por fim, o México obteve uma pontuação de 2,52 na subdimensão de procedimentos eficientes para lidar com falências. Isso se deve a uma estrutura normativa com leis universalmente aplicáveis, com base em princípios internacionalmente aceitos, também aplicáveis a empresas estatais. Além disso, há um sistema de alerta antecipado para situações de insolvência e a opção de acordos extrajudiciais que são menos onerosos do que a falência.
No entanto, o México não estabelece um limite máximo de tempo para a insolvência e não possui um sistema para a remoção automática das informações de insolvência dos registros públicos após esse período. Também não oferece programas de capacitação para empresários cujos projetos iniciais fracassaram. No entanto, possui normas para transações seguras, permitindo a recuperação de ativos após uma reorganização empresarial, a priorização de pagamentos em caso de liquidação e a opção de dividir dívidas fiscais.
O caminho a seguir
Revisar para baixo a ponderação das garantias para empréstimos de médio prazo a PMEs.
Promover a regulamentação e as instituições para que os ativos móveis sejam aceitos como garantia por todo o sistema financeiro.
Promover uma seção ou um mercado de títulos separado para PMEs de pequena capitalização.
Melhorar a coordenação entre as diferentes iniciativas de educação financeira de instituições privadas para evitar a duplicação, bem como fortalecer o sistema atual de acompanhamento, monitoramento e avaliação do ENEF.
Desenvolver mecanismos especializados de informação e treinamento voltado para aqueles empreendedores cujos projetos faliram.
Criar um mecanismo automático que remova empresas e indivíduos dos registros oficiais de falência e insolvência quando a situação for resolvida, de acordo com as práticas recomendadas internacionais.
Estabelecer limites máximos de tempo para a insolvência (a experiência internacional indica que até 3 anos é um bom período de tempo para tais procedimentos).
Dimensão 4. Serviços de desenvolvimento de PMEs e compras públicas
Com uma pontuação de 4,16; o México tem um desempenho ligeiramente abaixo da média regional nessa dimensão. Além disso, o México viu seu desempenho diminuir em comparação com a edição de 2019, quando o país obteve uma pontuação total de 4,21 na dimensão. A área com o melhor desempenho nessa avaliação é a de compras públicas, com 4,20; seguida por serviços de desenvolvimento empresarial, com 4,16; e serviços de desenvolvimento empresarial, com 4,14.
Desde a última avaliação, o México testemunhou uma importante reorientação da política econômica, e a política e os serviços de apoio às PMEs e aos empreendedores não são exceção. Os principais desenvolvimentos incluem a dissolução do Instituto Nacional do Empreendedor (INADEM), que era um órgão autônomo responsável pela adoção de políticas para PMEs e empreendedorismo. No contexto atual, o desenvolvimento de políticas para PMEs continua sendo responsabilidade da SE, enquanto a implementação está sob o mandato da Unidade de Desenvolvimento Produtivo da SE.
A oferta de BDS é enquadrada pelo Regulamento Interno do Ministério da Economia (RISE), que é o regulamento interno da SE e estabelece a organização e as funções do Ministério ou da Secretaria, inclusive seu apoio às PMEs. O RISE, como tal, não é a estratégia de desenvolvimento econômico nacional ou o plano de desenvolvimento do governo, mas sim um documento institucional estratégico para a SE. Isso contrasta com as conclusões da edição de 2019 do Índice de Políticas de PMEs, que mostrou um vínculo claro (embora amplo e sem detalhes) com o Plano Nacional de Desenvolvimento do México por meio de um Programa de Inovação Desenvolvimento da SE. De acordo com as respostas a essa avaliação, o RISE não se baseia em uma análise completa das necessidades e demandas de BDS pelas PMEs no país e não identifica objetivos quantitativos nessa área.
A política nacional do governo para PMEs para 2020-2022 afirma buscar um desenvolvimento mais equitativo e a exploração de oportunidades estratégicas de mercado, com o objetivo de revitalizar a economia a partir da perspectiva da inclusão social. A política pretende levar em conta o fato de que a estrutura empresarial mexicana é caracterizada por uma alta concentração de pequenas empresas que enfrentam vários desafios que limitam seu potencial de desenvolvimento e crescimento, especialmente o acesso a cursos de treinamento e workshops. Com base nesse diagnóstico geral, as principais iniciativas em termos de BDS incluem uma plataforma de autotreinamento virtual gratuita (MIPYMES MX) e a transmissão ao vivo de workshops digitais para empreendedores e PMEs sobre tópicos relacionados ao desenvolvimento de negócios e à digitalização. Os serviços também incluem treinamento gratuito, presencial e virtual programas direcionados a populações específicas (mulheres, jovens, comunidade rural e artesanal e setor agroindustrial) ou que se concentram em tópicos prioritários (habilidades comerciais e financeiras, formalização, digitalização, comércio eletrônico, exportação e outros) para PMEs e empreendedores. No entanto, nenhum programa é voltado especificamente para PMEs e empreendedores de alto potencial, alto crescimento e inovação.
Em termos de serviços de desenvolvimento empresarial, o governo criou um registro chamado Registro de Desenvolvedores de Empreendedorismo (Padrón de Desarrolladoras de Capacidades Empresariales, PADCE) para facilitar o acesso a serviços especializados de desenvolvimento empresarial para empresários e PMEs. O PADCE foi criado para ajudar os empresários e as PMEs a fortalecer suas habilidades e capacidades comerciais e digitais para aumentar sua competitividade e suas perspectivas de crescimento. O PADCE está aberto a uma variedade de instituições, incluindo aceleradoras, incubadoras, universidades, fundações e empresas de consultoria. Para serem incluídas no PADCE, as instituições devem atender a um conjunto de requisitos, incluindo um histórico comprovado de fornecimento de serviços de desenvolvimento de negócios de qualidade.
O sistema de aquisições públicas no México é regido pela Lei de Aquisições, Arrendamentos e Serviços do Setor Público (LAASSP). Esta lei estabelece os princípios e procedimentos para a aquisição de bens, serviços e obras por entidades do governo federal. Conforme refletido no Índice de Políticas de PMEs 2019, a LAASSP não determina a exigência de dividir em lotes as licitações acima de determinado valor monetário; a possibilidade de dividir as licitações em lotes; a possibilidade de formar consórcios ou licitações conjuntas; e/ou cotas para participação de PMEs. Por outro lado, a Lei especifica que os pagamentos de contratos não excederão 20 dias a partir do momento da emissão de uma fatura e da entrega efetiva dos bens ou serviços nos termos do contrato.
O sistema de compras eletrônicas no México para as autoridades federais é chamado CompraNet e inclui um registro de fornecedores qualificados para fazer negócios com entidades do governo federal.
O caminho a seguir
No futuro, o México poderia implementar um conjunto de recomendações para melhorar seu desempenho nessa dimensão e, mais importante, aprimorar as políticas e os programas de apoio às PMEs, inclusive por meio de:
Restabelecer um vínculo explícito entre a prestação de serviços de desenvolvimento de negócios e serviços para empreendedores e os planos nacionais de desenvolvimento, além das orientações estratégicas mais restritas de um órgão específico do governo.
Nesse sentido, o México poderia desenvolver uma estratégia completa de desenvolvimento de PMEs com base em diagnósticos sólidos e incluindo planos de ação concretos, metas, resultados esperados e os impactos. Isso também contribuiria para o restabelecimento de um perfil ou posição mais elevada para a política de PMEs no país.
Enfatizar mais em programas e iniciativas de apoio a PMEs e empreendedores de alto potencial, alto crescimento e inovação. Essa ênfase não entra em conflito nem prejudica a meta do governo de priorizar os resultados sociais em detrimento dos puramente econômicos.
Aumentar o uso das licitações públicas como uma ferramenta para promover as PMEs e o empreendedorismo em todo o país, inclusive com a introdução de regulamentos para facilitar a participação de pequenas empresas nesse importante mercado e para aumentar o acesso a informações sobre oportunidades de compras e treinamentos sobre como participar de processos de compras, inclusive por meio do CompraNet.
Dimensão 5. Inovação e tecnologia
O México tem uma pontuação geral de 4,14 na dimensão Inovação e Tecnologia, que é reforçada pelo monitoramento e avaliação regulares das atividades de apoio à inovação. A política de inovação do México é coordenada pelo Conselho Nacional de Humanidades, Ciências e Tecnologia (CONAHCYT), que também opera uma série de atividades de apoio à inovação programas. O Plano Nacional de Inovação (PNI) do México dá ênfase especial aos setores de saúde, energia e segurança humana. Ele também busca estimular a criação de spinouts universitários por meio de esforços para simplificar os procedimentos regulatórios e legais, embora a ênfase geral na inovação das PMEs em toda a estratégia pudesse ser maior. Esses fatores resultam em uma pontuação de 4,02 na subdimensão de Estrutura Institucional.
O México tem a pontuação mais alta (4,37) da região da América Latina e do Caribe na subdimensão Serviços de apoio. Há um grande número de incubadoras, aceleradores, escritórios de transferência de tecnologia, centros de inovação e parques científicos e tecnológicos no México. Exemplos proeminentes incluem o Parque de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PIIT) no município de Apodaca e o Parque de Ciência e Tecnologia de Yucatan, que oferecem uma série de apoios a empresas inovadoras. Além de hospedar seus próprios centros de pesquisa, o CONAHCYT apoia outras iniciativas que promovem vínculos entre PMEs e instituições de pesquisa, por meio do fornecimento de suporte técnico, treinamento, coordenação com câmaras de negócios e disseminação de informações.
O apoio financeiro à inovação das PMEs é um pouco menos amplo no México. O principal apoio financeiro disponível é o Estímulo Fiscal à Pesquisa e ao Desenvolvimento de Tecnologia (EFIDT), que é coordenado pelo CONAHCYT. Esse esquema fornece um crédito fiscal para projetos de P&D selecionados, o que permite que a empresa deduza 30% das despesas de P&D de seu imposto de renda. Os créditos fiscais estão disponíveis para empresas de todos os portes que estejam realizando P&D há pelo menos três anos e que não sejam beneficiárias de outro programa do CONACYT. A pontuação do México de 4,04 na subdimensão Financiamento para inovação é limitada pela ausência de um apoio financeiro mais direto para a inovação das PMEs, que poderia assumir a forma de subsídios ou cupons de inovação.
O caminho a seguir
Com a vista no futuro, o México poderia considerar:
Desenvolver mais incentivos financeiros para a inovação das PMEs, como vouchers de inovação para investimentos tecnológicos selecionados ou contratos públicos para iniciativas de inovação.
Introduzir um pilar ou seção sobre a inovação das PMEs em sua estratégia de inovação, para garantir uma oferta de suporte coesa e abrangente para as PMEs.
Dimensão 6. Transformação produtiva
O México atinge uma pontuação geral de 4,19 que a média regional, principalmente devido à natureza geralmente bem desenvolvida de suas estratégias para aumentar a produtividade. Entretanto, sua pontuação geral é diminuída pelas baixas classificações nas medidas para melhorar a subdimensão de associações produtivas, destacando uma área significativa para melhorias. No momento desta avaliação, o PROSECO inclui, entre seus quatro objetivos prioritários, a promoção da criação e consolidação de PMEs produtivas para maior inclusão produtiva. Aliás, o Programa Especial para a Produtividade e Competitividade (PEPC) 2020-2024, derivado do Plano Nacional de Desenvolvimento e baseado no Artigo 5 da Lei para Promover o Crescimento Sustentado da Produtividade e da Competitividade da Economia Nacional (LIISPCEN), funciona como uma ferramenta para aprimorar as capacidades de médio e longo prazo de indivíduos e empresas no México. O programa compreende cinco objetivos prioritários, ações específicas que apoiam a implementação de estratégias delineadas, indicando o departamento ou entidade responsável pela execução e metas de bem-estar para monitorar os objetivos do programa. Além disso, de acordo com o Artigo 19 da LIISPCEN, a Secretaria de Finanças e Crédito Público (Secretaria de Hacienda y Crédito Público) apresenta relatórios semestrais ao Congresso da União, fornecendo atualizações e resultados sobre Essa política nacional, que está disponível ao público. O México obteve uma pontuação de 4,33 na subdimensão Medidas de melhoria da produtividade.
Na época da avaliação de 2019, o INADEM gerenciava várias chamadas para o associativismo das PMEs. Embora o INADEM não tenha estabelecido indicadores de resultados específicos para esse conjunto de chamadas, os indicadores disponíveis publicamente relacionados à produtividade refletiram resultados altamente positivos, particularmente no aumento da produtividade total dos fatores e no crescimento do valor dos ativos fixos. Entretanto, com a dissolução do INADEM, conforme apresentado na Dimensão 1. Estrutura institucional, a prioridade foi transferida para a empresa pública estratégica. Isso transferiu a responsabilidade por medidas para melhorar as associações produtivas para a SE, e as leis estaduais promovem esses esforços. Como resultado, ela recebe uma pontuação de 4,08 nessa subdimensão, um pouco abaixo da média da AL9.
A pontuação geral do México é significativamente reforçada por seu desempenho na subdimensão integração em cadeias globais de valor, em que o país se destaca entre os países da AL9 por meio de iniciativas bem coordenadas concentradas na plataforma MIPYMES.MX. Essa plataforma apresenta seções específicas dedicadas à capacitação e à exportação, incluindo a plataforma ExportaMX, que orienta as decisões de exportação das PMEs mexicanas que desejam se integrar às cadeias globais de valor. Esforços notáveis nesse domínio abrangem o programa Impulso T-MEC, executado em colaboração com o Banco Nacional de Comércio Exterior (BANCOMEXT). Esse programa oferece apoio a PMEs ligadas a cadeias de valor em setores estratégicos com potencial de exportação, com o objetivo de aprimorar suas capacidades produtivas no Acordo Comercial Norte-Americano renovado (T-MEC). Outro exemplo são os workshops Jornadas de la mano con tu negocio, que oferecem treinamento, consultoria processual e oportunidades de networking para integrar as PMEs às cadeias de valor e de suprimentos regionais. Esses workshops facilitam reuniões de negócios face a face com empresas compradoras. Da mesma forma, o Programa de Parceria em Negócios com a Alemanha, anteriormente conhecido como "Fit for Partnership with Germany", tem como objetivo aumentar as oportunidades de exportação para empresas mexicanas, conectando-as a empresas importadoras alemãs. Essas ações estratégicas se alinham com o objetivo 3 do PROSECO, visando a uma maior inclusão produtiva, e resultam em uma notável pontuação de 4,28 nessa subdimensão.
O caminho a seguir
Estabelecer iniciativas claras destinadas a aprimorar as associações produtivas, incorporando objetivos com prazo determinado e indicadores mensuráveis para garantir a eficácia.
Aumentar a eficácia da plataforma MIPYMES.MX como uma fonte abrangente de informações para medidas de transformação produtiva.
Dimensão 7. Acesso ao mercado e internacionalização das PMEs
O México obtém uma pontuação de 4,42 na dimensão de Acesso ao mercado e internacionalização, destacando principalmente uma melhoria na subdimensão de abordar os benefícios da integração na América Latina e no Caribe (LAC), em relação à edição de 2019.
Com relação à subdimensão de políticas e programas de apoio à internacionalização, o México apresentou um bom desempenho, obtendo uma pontuação de 4,73. Após o desaparecimento do ProMéxico e do INADEM, suas funções e programas foram assumidos diretamente pela SE. A Subsecretaria de Comércio Exterior, em particular, é responsável pela negociação, administração e defesa de tratados e acordos internacionais de comércio e investimento, bem como pelo estabelecimento de políticas e medidas para facilitar o comércio exterior. Essas ações fazem parte do PROSECO, que, em termos de internacionalização, busca diversificar os mercados de destino das exportações mexicanas para reduzir a vulnerabilidade e aproveitar as novas oportunidades comerciais.
Por outro lado, a Comissão Mista para a Promoção das Exportações (COMPEX) desempenha um papel crucial na análise, avaliação, proposição e coordenação de ações entre os setores público e privado na área de comércio exterior de bens e serviços. Essa comissão é composta por várias entidades e agências governamentais, como o Banco Nacional de Comércio Exterior (BANCOMEXT) e o NAFIN. A SE também oferece o Serviço Nacional de Informações sobre Comércio Exterior (SNICE), que fornece ferramentas, programas, regulamentos e guias para apoiar o processo de exportação e internacionalização das PMEs mexicanas.
Além disso, programas como o Programa da Indústria de Manufatura, Maquiladora e Serviços de Exportação (IMMEX), que permite que as empresas importem mercadorias temporariamente e adiem o pagamento de impostos, e o "Fazendo Negocios com a Alemanha", o programa de cooperação bilateral entre a Secretaria da Economia e o Ministério Federal de Economia e Proteção Climática (BMWK), que se estabelece como uma ponte de oportunidades ao promover parcerias comerciais sólidas e estratégicas. Ao longo de mais de 10 anos, líderes de PMEs mexicanas com potencial de comércio exterior são preparados para explorar novos mercados por meio de contatos comerciais diretos. No início de 2024, o programa lançou a edição "Mulheres Empresárias" para se alinhar aos objetivos da Política de Impulso às PMEs, que destaca o papel das mulheres na economia e a contribuição das PMEs lideradas por mulheres para o emprego. Essa edição é a primeira chamada exclusiva para mulheres e tem como objetivo criar um espaço onde elas possam compartilhar suas experiências e aprender umas com as outras.
Em termos de facilitação do comércio, o México obteve a pontuação de 3,83. Em janeiro de 2021, estabeleceu o Comitê Nacional de Facilitação do Comércio para cumprir os requisitos do Acordo de Facilitação do Comércio (AFC) da OMC, após negociações entre 2014 e 2017. Esse Comitê propõe ações para reduzir formalidades, procedimentos e exigências, diminuindo os custos comerciais.
A SE, em colaboração com a ConnectAmericas e o BID, lançou a ComerciaMx, uma plataforma digital que ajuda as empresas, especialmente as PMEs, a se expandirem internacionalmente. Ela facilita a interação com clientes, fornecedores, parceiros e investidores, abordando as barreiras que as empresas enfrentam quando buscam expandir-se globalmente: acesso a contatos confiáveis, informações sobre comércio internacional, financiamento e treinamento. Oferece acesso a regulamentações de comércio exterior, programas de financiamento, guias de negócios, cursos de treinamento e ferramentas de autodiagnóstico.
A SE também implementa o MujerExportaMx, um programa de treinamento para fortalecer e apoiar todas as MPMEs lideradas por mulheres em seu processo de exportação, em colaboração com o BID, e fornece uma plataforma para a realização de uma mesa redonda virtual de negócios que permite que essas MPMEs acessem mercados internacionais,
A Ventanilla Única de Comercio Exterior Mexicano (VUCEM) é um sistema eletrônico do governo para agilizar os procedimentos relacionados ao comércio exterior. Ele simplifica os processos alfandegários, promovendo a competitividade. Até 2023, ele terá acumulado mais de 300 mil certificados de origem, mais de 200 mil documentos digitalizados e mais de 17 mil solicitações registradas. Além disso, o SAT oferece certificações como Operador Econômico Autorizado (OEA), com mais de mil empresas certificadas até 2023. Por outro lado, o México supera a média da ALC em todas as variáveis dos Indicadores de Facilitação do Comércio (IFC) da OCDE, destacando-se em disponibilidade de informações e taxas e encargos.
O México obteve uma pontuação de 4,26 na subdimensão de comércio eletrônico. Esse resultado se deve às estratégias e aos acordos implementados para impulsionar o comércio eletrônico, como a norma mexicana de comércio eletrônico (NMX-COE-001-SCFI- 2018), que contém disposições às quais as pessoas que oferecem, comercializam ou vendem bens, produtos ou serviços usando tecnologia eletrônica, óptica ou qualquer outra tecnologia devem estar sujeitas. Embora não tenha uma lei de segurança cibernética abrangente, o país tem um Manual Básico de Segurança Cibernética para PMEs emitido pelo CERT México, bem como várias leis e órgãos que abordam a segurança cibernética, incluindo a Comissão Interministerial de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e Segurança da Informação.
Plataformas como o MIPYMES MX fornecem ferramentas, conteúdo e treinamento para o desenvolvimento de competências de negócios digitais. O BANCOMEXT oferece financiamento e treinamento para projetos de digitalização e comércio eletrônico. A plataforma de comércio eletrônico O mercado de comércio eletrônico no México atingiu US$ 26,2 bilhões em 2022, com um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. Além disso, há 63 milhões de usuários de comércio eletrônico no país. A mídia social tem uma influência significativa nas compras on-line. Iniciativas como o Acordo de Livre Comércio entre México e Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, o Acordo de Livre Comércio México-Panamá, a Aliança do Pacífico, o Acordo México, Estados Unidos e Canadá (TMEC) e o Acordo de Parceria Transpacífico (TIPAT) buscam adaptar as regulamentações comerciais à era digital e incentivar o comércio eletrônico.
O México obteve uma excelente pontuação de 4,61 na subdimensão sobre Padrões de qualidade, refletindo uma sólida estrutura institucional dedicada a melhorar os padrões de qualidade da produção de bens. O Programa do Setor Econômico estabelece estratégias para fortalecer o Sistema Nacional de Padronização, Avaliação de Conformidade e Metrologia, garantindo a segurança e a qualidade de produtos e serviços. As Normas Oficiais Mexicanas (NOM) e as Normas Mexicanas (NMX) são instrumentos fundamentais nesse processo, com o apoio da Entidade Mexicana de Acreditação (EMA) e do Centro Nacional de Metrologia (CENAM). O Laboratório Nacional de Proteção ao Consumidor (LNPC) realiza estudos de qualidade e educa os consumidores sobre seus direitos, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a proteção do consumidor.
Por fim, na subdimensão sobre os benefícios da integração da ALC, o México obteve uma pontuação de 4,17. O Ministério das Relações Exteriores coordena a participação do país na Aliança do Pacífico, na qual a SE contribui para o "Grupo Técnico sobre PMEs". Esse grupo se concentra na facilitação do comércio, no desenvolvimento de negócios e em projetos de compras públicas, promovendo crowdfunding, comércio entre indústrias criativas, digitalização de PMEs e comércio eletrônico transfronteiriço. Além disso, o Comitê sobre Cadeias Globais de Valor e Vínculos Produtivos foi criado para promover a integração produtiva entre os países membros.
O caminho a seguir
As seguintes ações podem ser consideradas para melhorar o desempenho do México nessa dimensão:
Aprimorar o monitoramento e a avaliação das políticas e programas implementados. Isso permitirá melhores ajustes e melhor elaboração de novos programas.
Continuar facilitando o acesso das PMEs a informações sobre aspectos administrativos e comerciais no país de destino, bem como sobre os benefícios dos diferentes programas disponíveis, melhorando os canais de comunicação com o setor privado.
Promover a integração sub-regional e a capacitação das PMEs por meio da promoção padronizada, colaborativa e interligada do comércio e de programas de internacionalização.
Fortalecer a compreensão do setor privado sobre o apoio às certificações de qualidade existentes. Isso pode ser feito por meio de pesquisas de satisfação e desempenho voltadas para empresas já incluídas nesses processos, bem como pesquisas de conhecimento e interesse para a população em geral, a fim de aproximar as informações dos menores empresários.
Dimensão 8. Digitalização
O México obtém uma pontuação geral de 4,28 na dimensão Digitalização. A Estratégia Nacional de Digitalização (EDN), liderada pela Coordenação da Estratégia Digital Nacional, serve como um guia abrangente para a transformação digital do México. A partir de janeiro de 2023, o mecanismo de coordenação formal nessa área é a Comissão Interministerial de Tecnologias de Informação e Comunicação e Segurança da Informação (CITICSI). A CITICSI substituiu a Comissão Interministerial para o Desenvolvimento do Governo Eletrônico. Composto por chefes de unidades de tecnologia da informação e comunicação de vários órgãos governamentais, esse conselho se reúne pelo menos três vezes por ano, garantindo esforços coesos no desenvolvimento da estratégia. A EDN concentra-se em aspectos importantes, como o aproveitamento das TICs para aprimorar e trazer transparência aos serviços governamentais para os cidadãos. Além disso, ela visa expandir a cobertura da Internet em todo o país. O Conselho Executivo avalia meticulosamente as realizações em questões de TIC, promovendo a transparência e a responsabilidade. Esses fatores contribuem para uma pontuação louvável de 4,53 na subdimensão da Estratégia Nacional de Digitalização.
Na subdimensão Conectividade de banda larga, o México obteve uma pontuação de 4,11. O compromisso do país com a redução da exclusão digital é evidente por meio de seu Programa Prioritário Internet para todos, operacionalizado no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento 2021-2024. Esse programa abrange a implementação de tecnologia celular, incluindo torres, antenas e equipamentos 4G, juntamente com o estabelecimento de pontos de acesso gratuito à Internet em espaços públicos em todo o México. Além disso, envolve a construção de uma Rede Nacional de Fibra Óptica e a implantação de tecnologias de satélite e micro-ondas. Além disso, as parcerias com o setor privado facilitam a conectividade de última milha, garantindo que nenhuma área deixe de ser atendida. Consultas regulares com operadoras de rede, consumidores e autoridades regulatórias garantem a inclusão e a capacidade de resposta às necessidades em evolução. Um marco significativo é a promoção da conectividade gratuita à Internet em praças públicas, centros de saúde, hospitais e escolas. Ao implantar a Internet em áreas sem cobertura, o México visa à acessibilidade universal à Internet. Para avaliar de forma abrangente a exclusão digital, o governo se concentra em segmentos da população em locais geograficamente remotos. O México, ao integrar as competências eletrônicas à Estratégia Nacional de Educação, e a Agenda de Educação Digital garantem que a competência digital seja uma parte fundamental do currículo. Iniciativas como o Sistema de Treinamento Virtual para Funcionários Públicos oferecem treinamento contínuo, aprimorando as capacidades dos funcionários públicos. Além disso, o governo promove ativamente as competências digitais por meio de iniciativas de aprendizagem não formal, oferecendo cursos de treinamento para melhorar a alfabetização digital. O México incentiva ativamente a participação das mulheres na economia digital por meio de programas como o Programa de Habilidades Digitais para Mulheres Mexicanas do Século XXI, que oferece seus cursos especializados e promovem a alfabetização entre mulheres empreendedoras. Além disso, iniciativas como a campanha “ Entre no modo STEM” se concentram em incentivar mais mulheres a seguir carreiras nas áreas STEM, promovendo a diversidade e a inovação A pontuação do México de 4,21 na subdimensão competências digitais é uma das mais altas da região da América Latina e do Caribe.
O caminho a seguir
Na perspectiva do futuro, o México poderia considerar:
Enriquecer a Estratégia Nacional de Digitalização do México incorporando uma Estratégia de Digitalização dedicada às PMEs. Essa estratégia deve delinear metas mensuráveis, planos de ação, entidades responsáveis, orçamentos e cronogramas, garantindo uma abordagem abrangente para a transformação digital das PMEs. As consultas aos representantes das PMEs devem ser parte integrante do desenvolvimento da estratégia, garantindo intervenções personalizadas que atendam às necessidades específicas das pequenas empresas.
Referências
[6] INEGI (2023), Indicadores de Ocupación y Empleo, https://www.inegi.org.mx/contenidos/saladeprensa/boletines/2023/enoen/enoen2023_12.pdf.
[7] INEGI (2021), El INEGI presenta los resultados del estudio sobre la demografía de los negocios 2021, https://www.inegi.org.mx/contenidos/saladeprensa/boletines/2021/EDN/EDN_2021.pdf.
[9] INEGI (2019), INEGI Presenta resultados de la Encuesta Nacional sobre Productividad y Competitividad de las Micro, Pequeñas y Medianas Empresas (ENAPROCE) 2018, https://www.inegi.org.mx/contenidos/saladeprensa/boletines/2019/especiales/ENAPROCE2018.pdf.
[3] OECD (2024), OECD Economic Outlook, Volume 2024 Issue 1: An unfolding recovery, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/69a0c310-en.
[4] OECD (2024), OECD Economic Surveys: Mexico 2024, OECD Publishing, https://doi.org/10.1787/b8d974db-en.
[2] OECD (2024), Real GDP forecast (indicator), https://doi.org/10.1787/1f84150b-en (accessed on 13 March 2024).
[5] OECD (2023), OECD Economic Outlook, Volume 2023 Issue 2, https://www.oecd-ilibrary.org/economics/oecd-economic-outlook-volume-2023-issue-2_7a420292-en.
[10] OECD (2022), Financing SMEs and Entrepreneurs 2022: An OECD Scoreboard, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/e9073a0f-en.
[8] OECD (2021), OECD SME and Entrepreneurship Outlook 2021, OECD Publishing, Paris, https://doi.org/10.1787/97a5bbfe-en.
[1] World Bank (2022), México overview, https://www.worldbank.org/en/country/mexico/overview (accessed on 12 March 2024).