O índice OURdata da OCDE visa medir os esforços do governo de acordo com as três principais etapas da cadeia de valor dos dados. Isso significa que o índice avalia os governos em relação ao progresso no sentido de obter (1) mais disponibilidade dos dados; (2) acessibilidade eficiente dos dados; e (3) mais apoio para a reutilização dos dados. Ao medir esses três elementos, o índice considera a disponibilidade de diferentes requisitos formais (válidos para todos os ministérios e órgãos ou apenas para alguns), falhas na implementação e a presença de mecanismos de supervisão. Os dados utilizados para a construção do índice composto são extraídos da Pesquisa OCDE sobre Dados Abertos Governamentais 3.0. A pesquisa é composta por 80 perguntas, que correspondem a 170 pontos de dados (alguns atribuíveis a subperguntas). A pesquisa foi concebida para monitorar a implementação da Carta Internacional de Dados Abertos, adotada em outubro de 2015, que consiste em um instrumento internacional abrangente que fornece um conjunto de princípios para os dados abertos governamentais (DAG) e complementa a Recomendação da OCDE para melhor acesso e uso mais eficaz das informações do setor público (OCDE, 2008b). Além disso, evidentemente, a pesquisa e o índice composto baseiam-se também na experiência da OCDE nessa área e em um guia elaborado em 2013 (Ubaldi, 2013).
O índice foi construído de acordo com as diretrizes do Handbook on Constructing Composite Indicators (manual de construção de indicadores compostos) da OCDE–UE, as quais são necessárias para a construção significativa de índices compostos ou sintéticos. Essa abordagem é particularmente útil para resolver problemas comuns associados aos índices compostos e é, portanto, a solução mais eficaz para resumir as informações discretas e qualitativas sobre os principais aspectos dos DAG. Desse modo, foram realizados quatro tipos principais de análises de dados para garantir o mais alto padrão em termos de confiabilidade e validade dos indicadores (OCDE–UE, 2008):
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análise de correlação;
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análise confirmatória do principal fator componente;
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teste do alfa de Cronbach (escala do coeficiente de confiabilidade);
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análise de sensibilidade (simulação de Monte Carlo).
O índice OURdata baseia-se em 140 pontos de dados (o que significa que um total de 30 pontos de dados foram descartados). Cada pilar do índice (disponibilidade dos dados, acessibilidade dos dados e apoio do governo para a reutilização dos dados) contém três subpilares. A pontuação de cada pilar corresponde à média simples não ponderada dos subpilares. Em relação ao nível do subpilar, evitou-se a ponderação implícita, uma vez que foram conservados sistematicamente três subpilares em cada pilar principal. Além disso, cada subpilar tem parâmetros (fatores) identificados por meio da avaliação de especialistas e da análise fatorial. A pontuação de cada subpilar é calculada como a média simples não ponderada dos parâmetros. Há nove parâmetros no pilar 1, oito no pilar 2 e sete no pilar 3.
No caso dos países da América Latina e do Caribe, a coleta de dados ocorreu de março a junho de 2019. As informações foram prestadas por altas autoridades do governo (em muitos casos, pelo diretor nacional de informações).